segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

COMPRAR PRA QUÊ? “CRER! POR QUÊ? PARA QUÊ? SEM QUERER?”

                 Eu vou continuar com meu celular. Faz quase seis anos que o tenho e não vi motivos para me desfazer do mesmo. É um Siemens A57. “Compra um com mp3, câmera de vídeo, foto, Bluetooth”, dizem. Não me convence. Se usar o mp3 a bateria logo, e na hora que precisar de, realmente, se comunicar a bateria já acabou. O vídeo do celular é de péssima resolução, a foto também. E o bluetooth, não entendi a utilidade ainda. 
                O mercado faz de tudo pro consumidor comprar um celular mais moderno. Parece pegadinha. Em se tratando de tecnologia, não adianta pagar caro por ter a melhor tecnologia. Ela vai ser superada seis meses depois, ou menos. As pessoas estranham um celular tão “velho” como o meu. Esse é meu trunfo! Não faço questão de esconder o celular. Muito pelo contrário. É cômico ver a cara das pessoas quando tiro o velho guerreiro do bolso. “Mas como você, agora, como advogado anda com um celular desses?”. Então, eu não sou trabalho em companhia telefônica, nem na ANATEL. Se eu tiver um celular moderno e com n funções vou ser mais competente? As pessoas vão me achar mais competente? Se a resposta for sim, estamos perdidos mesmo. Não quero acreditar nisso. “Ter é saber?” vêm aqueles pensamentos dignos da mesa do bar. 
                 O Roberto Carlos estava errado. Não “é preciso saber viver”, é preciso ter algum objeto que demonstra valor, status ou posição social. Não vejo problema algum em sermos consumistas. Complica quando o mercado faz o coitado do consumidor de besta. Alguém me explica para quê a TV Widescreen? E se eu quiser comprar uma TV normal? Não tem! Quando vi a primeira vez uma TV Wide estava sendo transmitida a programação normal da televisão aberta, e a imagem ficava achatada. Mas a TV Wide é status! É poder! Os filmes agora só vem em formato 16:9, ou 16:10. Assisti ao classiquíssimo “Bem-Hur”, e remasterizaram para Wide. Não chego a outra conclusão. A gente é feito de besta o tempo todo.




domingo, 23 de janeiro de 2011

Gilberto Braga: 'Se Lázaro Ramos não existisse, André seria branco'

               Gilberto Braga, autor de 'Insensato Coração', afirmou em entrevista ao jornal O Globo, publicada neste sábado, 22, que criou o conquistador André Gurgel especialmente para Lázaro Ramos. "Lázaro é o melhor dos nossos atores negros. Se o Lázaro não existisse, André seria branco", afirmou.
               A interpretação de Lázaro e a relação do conquistador com as personagens de Camila Pitanga e Deborah Secco têm recebido elogios e críticas no Twitter e outras redes sociais. O marido de Taís Araújo disse que não se surpreende com o estranhamento do telespectador.
"Acho natural que as pessoas estranhem, porque eu, assim como o público, ainda estou descobrindo o André. André é um arquétipo tão novo que não sei como explicá-lo. Sei que ele é mais marrento do que o Romário e isso causa estranheza quando associado a um ator como eu, que, na TV, vinha fazendo sempre tipos simpáticos", afirmou.
http://br.omg.yahoo.com/news/gilberto-braga-se-l%C3%A1zaro-ramos-n%C3%A3o-existisse-andr%C3%A9-seria-branco-edyq-99128.html

               Logo percebi eu que o negro burgues carioca, na cena em que convida a Camila Pitanga pra passar o final de semana num Iate, era estranho demais. Estranho porque esse personagem do Lazaro Ramos é totalmente fictício. Não existe. Parabéns pro autor Gilberto Braga em assumir seu preconceito. "Se não fosse o Lázaro, esse personagem seria branco". É claro. É lógico.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

EU ASSITO BIG BROTHER

               O Big Brother é uma novela. Todo mundo sabe. E eu assisto BBB. Mas não assisto novela. Não entendo também. Mas os participantes não são atores profissionais e não são pagos pra isso. São pagos justamente para o contrário, ou seja, pela sua amadorisse. Quanto mais amador no trato com as pessoas, com as coisas e com o dinheiro melhor para a emissora. A novela oferece maior audiência. É obvio. Contudo, essas linhas não são direcionadas a esta emissora. Agora não. Tudo isso vem pra introduzir o Grande Evento que foi o primeiro paredão desta 11ª Edição. Parece até livro bom que vende. Nas referencias ficaria assim:
GLOBO, Tevê. Big Brother Brasil. 11ª Ed. Rio de Janeiro: Grupo Marinho domina toda a opinião pública, 2011.
              O paredão: Ariadna (Negra/o, Transsexual, Garota/o de Programa); Lucival (Negro e Homossexual) e Janaína (Negra e Escadalosa). Dificílimo. A família brasileira sentada no sofá todo dia pra assistir ao BBB. Não admite e não admitiu ver negros na televisão. Ariadna era a mais autêntica a mais popular, a mais camarada, candidata séria ao 1 milhão e meio. Mas dentre os negros do paredão era a mais difícil de engolir. A pessoa entra num colapso de valores.  “- Como posso eu gostar de uma negra ou negro transexual garoto ou garota de programa?” Não existe o preconceito no Brasil?
              Ora, minutos antes esta mesma família assiste a novela das 8. Acompanha as peripécias de “Clô” (personagem interpretado por Irene Ravache), uma megamilionária que ostenta seu luxo, e delicia-se pela realização do sonho de morar no “Jardim América”. Assiste também o Cauã Raymond e sua “luta” pra se livrar das drogas. Que luta bonita. Comovente. Ele fica barbudo, a mãe está sempre do seu lado, ele freqüenta uma espécie de A.A dos usuários de entorpecentes. Pronto. Ta livre do mal das drogas. Protejam as famílias das drogas. A mesma família que acha o máximo o comercial da cerveja. A bebida alcoólica que todo mundo adora. Simples assim.
              A família brasileira nem sabe a contradição que vive e que sustenta. Se souber faz revolução. É perigoso. Voltando. E depois não existe preconceito no Brasil. O BBB serve pra visualizar o preconceito racial sui generis a qual todos nós estamos condicionados. Hoje, outro participante, o modelo Rodrigão, em seus comentários viris sobre a negra carioquíssima Jaqueline: - Ela é linda. Mas eu não pego. Ok. Ta bom então.
              Traduzindo: - Ela é negra. Mas é linda. Pego? Mas é negra. Por isso não pego.