domingo, 20 de fevereiro de 2011

Movimento Desvirtuamento do Espírito da Cotas Sociais


REPRODUZIMOS NESTE ESPAÇO, PEQUENO TEXTO DO  
MOVIMENTO DESVIRTUAMENTO 
DO ESPÍRITO DA COTAS SOCIAIS  
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 
DA QUAL PARTILHAMOS TOTALMENTE, 
ESTABELECENDO CONTRAPONTO AO SISTEMA DE RESERVA DE VAGAS DA 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL, 
IGUALMENTE INJUSTO EM SEU FALHO SISTEMA 
PARA O INGRESSO DOS CIDADÃOS NEGROS.

Criamos esse canal de comunicação com a intenção de divulgar o que andou e anda acontecendo nos vestibulares da UFRGS. Em primeiro lugar, gostaríamos de esclarecer que não somos contra as cotas, as cotas são necessárias na nossa sociedade para que possamos incluir pessoas com menor poder aquisitivo no Ensino Superior.
Na verdade somos contra o critério utilizado pela UFRGS e queremos informar sobre o assunto! A partir do CONCURSO VESTIBULAR 2008 da UFRGS houve a implementação do Sistema de Reserva de Vagas. Tal sistema foi introduzido com o intuito de diminuir a desigualdade social. Para entrar pelo Sistema de Reserva de vagas era necessário ter concluído pelo menos metade do Ensino Fundamental e a totalidade do Ensino Médio em Escola Pública.
Tal disposição pode ser encontrada no Edital do concurso no seguinte item “1.5.3 - Para fins deste Edital, entende-se por egresso do ensino público o candidato que cursou com aprovação, no Sistema de Ensino Público, pelo menos a metade do Ensino Fundamental e a totalidade do Ensino Médio”. A partir desse item, pessoas com condições sócio-econômicas classificadas como classe média alta entraram na universidade.
Como isso foi possível? O fato é que os Colégios que mais aprovam na UFRGS são justamente os Colégios Públicos, dentre eles Colégio Militar, Colégio Tiradentes, Colégio de Aplicação - UFRGS, entre outros. Tais instituições são conhecidas pelo alto padrão de ensino que poucas escolas particulares conseguem atingir.
O site pode ser acessado para confirmar o depoimento de um dos colégios.
O índice de aprovação somente na UFRGS do Colégio Militar foi de 59,25%. Alunos privilegiados dessas instituições, em grande parte, possuem excelentes condições financeiras. Logo, ao estabelecer o critério, errôneo, de reservar vagas aos egressos de Escolas Públicas, a desigualdade social, que a universidade pretendia corrigir, não se alterou. Diversos estudantes injustiçados pelo Programa de Ações Afirmativas da UFRGS entraram na justiça e ganharam o direito de se matricularem na Universidade Federal através de mandado judicial. Nas decisões de diversos juízes e desembargadores federais do Tribunal Regional Federal da 4ª região, há um ponto em comum que merece destaque: todos concordam que “houve desvirtuamento do Programa de Ações Afirmativas da UFRGS”. A justiça determinou que a UFRGS apresentasse documentação referente aos cotistas, incluindo nome, endereço e colocação no vestibular. Não foi surpresa saber que a maior parte dos cotistas, tidos como hipossuficientes, morarem em bairros nobres da cidade, como o Bela Vista, Cristal, Azenha. Muitos possuem carros próprios e outros JÁ SÃO FORMADOS EM CURSO SUPERIOR POR INSTITUIÇÕES PRIVADAS. Existe o caso de um cotista formado em três cursos superiores e que possui duas pós-graduações.
Além das fotos das residências e currículos lattes de cotistas, existem fotos no orkut (site de relacionamentos) de cotistas surfando ou em viagem ao exterior, com fotos em Nova York e Caribe ou abraçados em presentes ganhos pela aprovação no vestibular. Os cotistas não podem ser responsabilizados por essa quantidade de fatos estranhos. Quem deve ser responsabilizada é a universidade, que não realizou pesquisas sócio-econômicas para estabelecer um critério adequado. Qualquer um que conheça o Rio Grande do Sul sabe que, muitas vezes, estudar em algumas Escolas Públicas é um privilégio para poucos, como é o caso do Colégio Militar, do Colégio Tiradentes e outros.
É fácil analisar que HOUVE DESVIRTUAMENTO DO PROGRAMA DE AÇÕES AFIRMATIVAS DA UFRGS.
Convidamos nossos visitantes a se engajarem conosco nessa LUTA CONTRA O DESVIRTUMENTO DO SISTEMA DE AÇÕES AFIRMATIVAS.
Afinal, em janeiro de 2009 milhares de candidatos e suas famílias estarão outra vez na expectativa de uma vaga na UFRGS. A frustração que aconteceu com muitos estudantes neste ano não pode se repetir.

http://desvirtuamentoufrgs.blogspot.com

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Site do 1º Batalhão de Polícia de Choque de SP insiste em desvirtuar a história

* Fonte portal "http://www.consciencia.net"


No Portal do Governo do Estado de São Paulo, o internauta tem acesso à página virtual do 1º Batalhão de Polícia de ChoqueRondas Ostensivas Tobias de AguiarRota.
E nesta, clicando em Histórico do BTA, encontrará:
Marcando, desde a sua criação, a história desta nação, este Batalhão teve seu efetivo presente em inúmeras operações militares, sempre com participação decisiva e influente, demonstrando a galhardia e lealdade de seus homens, podendo ser citadas, dentre outras, as seguintes campanhas de Guerra:
  • Campanha do Paraná, em 1894…
  • Questão dos Protocolos, em 1896…
  • Guerra de Canudos, em 1897 …
  • Levante do Forte de Copacabana, em 1922…
  • Revolução de 1964, quando participou da derrubada do então Presidente da República João Goulart, apoiando a sociedade [os grifos são meus] e as Forças Armadas, dando início ao regime militar com o Presidente Castelo Branco;
  • Campanha do Vale do Rio Ribeira do Iguape, em 1970, para sufocar a Guerrilha Rural instituída por Carlos Lamarca…
Depois, em Os Boinas Pretas, lê-se o seguinte:
Sufocado o foco da guerrilha rural no Vale do Ribeira, com a participação ativa do então denominado Primeiro Batalhão Policial Militar “TOBIAS DE AGUIAR”, os remanescentes e seguidores, desde 1969, de “Lamarca” e “Mariguela” continuam a implantar o pânico, a intranqüilidade e a insegurança na Capital e Grande São Paulo. Ataques a quartéis e sentinelas, assassinatos de civis e militares, seqüestros, roubos a bancos e ações terroristas. Estava implantado o terror.
Mais uma vez dentro da história, o Primeiro Batalhão Policial Militar “TOBIAS DE AGUIAR”, sob o comando do Ten Cel SALVADOR D’AQUINO, é chamado a dar seqüência no seu passado heróico, desta vez no combate à Guerrilha Urbana que atormentava o povo paulista.
Havia a necessidade da criação de um policiamento enérgico, reforçado, com mobilidade e eficácia de ação.
Incumbe-se à 2ª Cia de Segurança do Primeiro Batalhão Policial Militar, exclusivamente de Tropa de Choque, a iniciar o Patrulhamento Ostensivo Motorizado no Centro de São Paulo.
Surge então o embrião da ROTA, a Ronda Bancária, que tinha como missão reprimir e coibir os roubos a bancos e outras ações violentas praticadas por criminosos e por grupos terroristas.
Em 15 de outubro de 1970, este “embrião” passa a denominar-se “RONDAS OSTENSIVAS TOBIAS DE AGUIAR” – ROTA.
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
A indagação que continuarei fazendo enquanto este entulho autoritário não for tirado do ar é: tais conceitos e tal visão da História brasileira são ainda endossados pelo Governo paulista?

Caso contrário, por que o Governo paulista mantém até hoje em seu portal a retórica falaciosa da ditadura militar, apresentando resistentes como transgressores e, implicitamente, uma tirania exercida por golpistas como Poder legítimo?

Foi o que indaguei do então governador José Serra, em carta aberta, no mês de outubro de 2008.
E consegui que lhe fosse perguntado numa sabatina da Folha de S. Paulo em junho de 2010, quando já deixara o governo.
Tendo ele negado que tais aberrações fossem avalizadas pelo Governo paulista, enviei carta a Alberto Goldman, o seu substituto no Palácio dos Bandeirantes (vide comentários do mesmo artigo), que foi recebida, protocolada e, verdadeiramente, não respondida — prometeu-se estudar o caso, e nenhuma outra satisfação me foi dada.
Então, hoje transmito a mesma queixa ao governador Geraldo Alckmin.
Eu e todos que lutamos contra o arbítrio instaurado em 1964 continuamos indignados com os infames elogios à derrubada de um presidente legítimo e a ações repressivas executadas durante a vigência do terrorismo de estado no Brasil, marcada por atrocidades, execuções covardes, estupro de  prisioneiras, ocultação de cadáveres e o sem-número de outros crimes e arbitrariedades com que os déspotas intimidavam nosso povo,  para mantê-lo subjugado.
Enquanto o governo democrático do Estado de São Paulo não agir como tal, continuarei repetindo esta cobrança.